SER PORTUGUÊS - João Reis Gomes
Se bem me lembro, como dizia o açoriano Vitorino
Nemésio, esta foi a questão que o Presidente da Sociedade Histórica Dr. Ribeiro
e Castro, colocou aos sócios. Assim irei começar a explanar o que entendo por
isso e esforçar-me para ser sintético.
Para Fernando Pessoa que tenho como um homem impar
no nosso património cultural irei transcrever o primeiro poema da Mensagem.
A Europa jaz
posta aos cotovelos:
Do Oriente a
Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe
românticos cabelos
Olhos gregos
lembrando.
O cotovelo
esquerdo é recuado;
O direito é um
angulo disposto,
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que apoia o rosto.
Fita, com olhar
sphyngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O Rosto com que
fita é Portugal.
Passada a
Geografia seguimos à História e aí direi que a Nação começou com D. Afonso
Henriques, que saído do Condado Portucalense se intitulou a si próprio de Rex.
Feitas estas citações preambulares, direi que
Portugal é o mar. Nele andou Camões, mas andamos todos por aí, pois que é ele, por
onde fomos com o Infante e hoje nos liga há diáspora. Acompanho o pensador
Renato Epifânio fundador do Movimento Internacional Lusófono que persegue a
Diáspora, buscando Além-Mar.
Não o digo por ser natural de além-mar da ilha da
Madeira, primeiro território achado pela Alma Lusa mas por uma forte convicção.
Com o coração na foz do Tejo, Lisboa fugiu a Castela. Foi na ”orla” da
Península Ibérica.
Como nos diz a Ciência ê Ecológica - é na orla que se
fazem as trocas e foi isso exatamente o que aconteceu.
Saídos da Terra abraçamos o mar.
É o mar que faz o português.
João Reis Gomes
Obra submetida a
concurso
"O Que É Ser Português?"
ENSAIO
Edição 2021
Comentários
Enviar um comentário